Saturday, August 26, 2006

Saudade

Hoje pensei em saudade.
A palavra saudade por si só.
Apenas uma palavra que se atreve a definir pequenas e grandes coisas.
Uma brincadeira de criança: pequena coisa.
Um alguém que se foi: grande coisa.
A saudade de tudo que adorava na infância e que agora já não gosto mais.
Saudade que faz lembrar muitas lágrimas já choradas.
Saudade do que quis ser e desisti.
Saudade do que fui, mas deixei de ser.
Saudade do que ainda não fui.
Saudade, muitas vezes, de mim mesmo.
Saudade, a palavra que o coração nem sempre gosta de ouvir.
Ou que nem sempre sabe pronunciar.
Hoje pensei em saudade.
Dos que amava e a vida levou.
Dos que queria e a vida tomou.
De tudo que sentia e a vida roubou.
De alguém, de quem nem queria sentir, mas a vida é trapaceira.
De um beijo, bem beijado.
De um abraço, bem abraçado.
De um sonho, bem sonhado.
Saudade de alguém que ainda não chegou.
Imensa saudade.
Meu coração sente.
Sente saudade.
Saudade.

José Moacir Júnior
21 de agosto de 2006

Saturday, August 19, 2006

Tempestade de pensamentos

“Ando tão a flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão a flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão a flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão a flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final”.

Sinto fluir de mim mesmo um eu que, às vezes, eu não gosto de ver. E sinto isso quando eu ponho os meus olhos em você e sonho que você diga que também me quer.

“Não dá pra esconder, nem quero pensar se é certo querer o que vou lhe dizer: UM BEIJO SEU E EU VOU SÓ PENSAR EM VOCÊ”.

E as dúvidas? Cruéis, angustiantes. Queria ter a certeza de poder gritar que você é ‘beautiful’ e desprezar promessas, feitas do berço ao túmulo, para assumir que tudo o que eu quero é você!

"The Blower’s Daughter”(Damien Rice)

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...My mind...my mind...
'Til I find somebody

Friday, August 18, 2006

Meus olhos só querem enxergar ‘Blond’

“É como sentir o coração não caber mais na caixa torácica!”
Estranhamente, de certa forma me surpreendendo até, ‘the Blond’ se aproximou de mim. Os olhares não estão mais se perdendo, eles assumem uma direção. Eles vêm e vão. Facilmente circulam.
Tento fechar os olhos (no escuro sempre é bom) e enxergar o que tantos gestos, tantas palavras querem dizer. Um mar de inferências. As palavras que fluem e passam por cordas vocais que vibram dilaceradamente para acompanhar um coração que pulsa e ameaça saltar para fora do corpo. ‘The Blond’ faz isso comigo. ‘The blond’ me empurra para um eu que eu, em outrora, prometi que não iria mais existir.
Talvez não estivesse existindo de novo esse amor que chega a ser desesperado e sufocante. Talvez se não houvesse ‘the Blond’ e sua beleza deveras peculiar; se não houvesse a lua, o sol... Talvez se as cortinas do mundo se fechassem e levassem com elas o meu ‘blond love’.
Mas eu ouso dizer que eu estaria vazio sem esse meu amor. Ouso dizer que o tempo passaria de uma maneira estranha e eu me renderia às insanidades da vida. Renderia-me aos prazeres da carne. E os prazeres fariam com que eu jogasse para fora toda a minha selva de macho. Ouso dizer que os sentires que fluem desse amor fazem com que eu seja apenas eu, sem prazeres, sem selvagerias, apenas eu, e mais nada.
‘The Blond’ me preenche as lacunas do estar apaixonado. Ingenuamente apaixonado, ouso dizer mais uma vez. Essa paixão faz com que eu deseje o amor, e, desejar o amor, para mim, é viver da forma mais plena. Viver, além das angústias e dores que esse amor possa trazer. Viver para transformar cada segundo ao lado de ‘the Blond’ o mais eterno e verdadeiro. Viver para imaginar qual será o próximo passo desse jogo de sedução (cujas regras já não entendo mais) e de quem o passo partirá.
Só espero, amor meu, que você não demore muito, pois meu coração sofre e busca descanso. Meu coração busca o seu amor, busca você da forma mais ‘blond’ possível. Muito já chorei, por muitas vezes quis perder as esperanças. Muitas vezes já bati em paredes que me arrancaram sangue. Muitas vezes já me perdi em corações que, por muito pouco, não secaram o meu.
Eu não posso mais fingir ter calma, entenda, a solidão me apressa. E eu também acredito não precisar mais pedir, você já deve ter me notado.

“And I’d give up forever to touch you cause I know that you feel me somehow...”

Sunday, August 13, 2006

Do novo ao ouro

Talvez não tenha nenhuma relação com estado emocional. É realmente incrível, embora cansativo, ter com o que ocupar a mente.
Como já diz o ditado: “mente vazia: diversão para o diabo”. Agora, acho que minha vida vai seguir um caminho diferente. Está tudo realmente novo, ainda etiquetado. O cheiro do novo é indescritível; a cor do novo é forte e reluz como ouro. O novo por si só traz a impressão de que a vida está recomeçando. Independentemente de relações afetivas, de relações financeiras, o frescor do recomeço faz com que a alma se encha de garra e volte a ser leve. Claro, não vou dizer que as lágrimas já não possam mais cair, afinal, nunca disse que as lágrimas representam a tristeza. As lágrimas são como aquela reflexão que depois de feita, deve ser jogada no lixo junto a tudo que faz mal. Também não posso dizer que a brecha do amor já tenha sido tomada. O amor é necessário, e, o meu amor, talvez esteja definido. Também se não estiver, há possibilidades de o novo me trazer um amor. Todavia, para amar, tem que ser completo. Nada de aventuras, nada de irresponsabilidade nem de falta de compromisso. O quero, quero infinitamente para mim. E nestes dias, o tenho quisto é o ouro.
Resumindo: o que quero é preservar a leveza e felicidade que vem do novo e conquistar o meu amor que tem a cor do ouro. E a vida, enfim, será poesia.