Tuesday, May 26, 2009

2ª Via

Aquele cara louco tem escrito muito. Perdidos em sua insanidade mais que perfeita estão escritos de valor afetivo. Alguns sem qualquer toque de literariedade. Noutros estão escondidas pretensões literárias sim. Talvez ele pense em uma publicação futura. Seriam suas memórias, seus sentimentos expostos em folhas de papel. Ele se mostraria como nunca fizera antes se organize seus textos. Mas ele está escrevendo. O cara tá maluco!!! Ele tá sentindo muito, sente dor, sente amor, sente saudade, sente vontade. Tudo no mundo gira em torno de desejos e esse cara deseja muito. Deseja de si, deseja dos outros, deseja do mundo. Deseja simplesmente. Ter é mais difícil. Querer não é ter. Querer é saber que se quer. Ter consciência é bom e o cara tem consciência de quem é. Reconhece sua loucura e aceita seus momentos insanos de alguém que só sabe sentir de muito. Ele sente exarcebadamente o que sente. Ele é intenso e agradece a uma amiga por lhe permitir mostrar sua intensidade. Ele precisa brindar a essa amiga, que também sente insanamente.
O cara é sensível. O cara sente tudo de verdade e não esconde. O cara tá queimando por dentro. O cara quer e precisa encontrar na intensidade sua.

Monday, May 18, 2009

Dúvida


Por mais que se tente esconder, haverá sempre uma dúvida. Desde uma simples escolha de roupa a um complexo momento no qual se precisa escolher entre duas pessoas. É ruim ter dúvidas. Ter dúvidas dói. Causa insegurança, medo, desequilíbrio.
Ter dúvida é não saber direito por qual caminho seguir, é rodar em círculos buscando a melhor saída. As dúvidas são labirintos que insistem em nos manter presos. São criações da mente que, em muitas ocasiões, não está pronta. As dúvidas são o escape das decisões difíceis que precisam ser tomadas.
Lembro-me bem de quando tinha dúvidas durante as provas da escola. Quando pequenino, eu apelava para a professora, num bom estilo menino mimado. O tempo foi passando, eu fui deixando de ser tão perfeito (que bom!) e comecei a tirar as dúvidas através das respostas do colega da frente (e como, por muitos anos, o colega da frente era Elaine - inteligente amiga que certamente estudara na noite anterior -, quase sempre dava certo). E na provas, quando não era o colega da frente, eram os papéis passados nos testes de Física através do lugar da pilha na calculadora (Come on!!, em Física não era dúvida, o fato é que eu não sabia mesmo!!!). No vestibular, as belas questões de múltipla escolha: na dúvida, chuta uma letra só e você acertará pelo menos duas ou três.
Lembro-me também das eternas dúvidas de uma mente em construção. Tinha tanto medo de errar, de decepcionar quem de mim esperava muito, talvez por isso as dúvidas fossem tão frequentes. Sempre tive dúvidas e, na dúvida, tentava fazer o meio-termo entre as várias opções. Algo como "agradar a gregos e troianos".
E também lembro das dúvidas mais tórridas. Dessas não falarei, a censura não permite. Só digo que agradei a gregos e troianos.
Par ou ímpar? Cara ou coroa? Haverá sempre dúvidas. Haverá sempre medo, haverá sempre uma decisão certa e uma errada! Como disse Bial: "suas escolhas têm sempre 50% de chances de dar certo".
Por isso, odeio minhas dúvidas, mas as amo mais que nunca quando as odeio. Viva às dúvidas!

Wednesday, May 13, 2009

O menino que sonhava

Como na maioria das noites, ele estava sonhando. A exaustão do dia anterior talvez contribuísse para que imagens, por vezes fora de foco, passassem por sua mente durante o sono. Ele dormia para descansar. Dormia para sonhar com as lembranças que ele queria ter. O sonho o transportava para longe. O sonho lhe trazia o que estava longe.
Nos últimos dias ele vinha sonhando repetidamente com as mesmas pessoas. Eram donos de seus sonhos. Sonhos que eram trancados por uma chave com duas cópias. Uma chave estava longe, mas perto. Já a outra, estava perto, mas se fazia bem mais distante.
Os sonhos que ele tinha eram sonhos de amor que queriam ser abertos por uma daquelas chaves. Queria mais ainda ser aberto pela primeira chave. Chave mestra que levava seus sonhos para a cidade dos anjos. Levava e trazia sua mente em sono. Desacordo ele ia e vinha. Sonhos bons, amor... Sonhos perigosos, maus. Às vezes, acordava angustiado pela possibilidade de aquele sonho ruim se tornar realidade. Noutras manhãs, xingava o despertador por tirá-lo dos braços daquele sonho.
Mas seus sonhos nem sempre se mostravam tão bem localizados. Tinha sonhado dias atrás que, durante uma caminhada, encontrava um dos donos de seus sonhos. Encontrava com a sensação de quem encontra algo que se perdera.
Entre as perdas de sono, era preciso que ele soubesse reconhecer seus sonhos. E ele sabia reconhecer as alamedas por onde seus sonhos passavam. Reconhecia os sorrisos, as palavras, as cores de seus sonhos. Cores que jorravam dos olhos com os quais sonhava. Era um homem durante o dia, mas um menino indefeso à noite. Um menino frágil que buscava a cor mais azul para lhe proteger. Era um menino que buscava um certo tom de verde para curar seu orgulho de menino apaixonado.
Naquela noite, ele estava sonhando com a chave mestra. Chave que abria todas as portas e fechava todos os vazios. Mas a força daquela chave também poderia ser só um sonho.

Sunday, May 10, 2009

Sobre o que permanece


Há coisas que sempre ficam. Uma lembrança, um sorriso, um momento banal que se faz inesquecível...
Sentimentos são algo que sempre ficam. Ficam os desejos de que tudo sempre seja melhor, de que os dias próximos sempre sejam mais felizes. Ficam as sensações experimentadas nos mais diversos instantes da fascinante jornada da vida.
Nem todas as mães, mas a MINHA sempre permanece. Permanece nas palavras pequenas ditas pela manhã. Permanece nas perguntas (várias!) feitas ao longo do dia. Permanece no pensamento, junto às respostas mal-criadas. Permanece na memória ao lado das sensações vividas desde a também fascinante experiência do estar dentro de um outro ser. Isso mesmo! São nove meses dentro de um outro ser para depois sair e permanecer intimamente atrelado a este ser. A minha mãe permanece como um perfume único e íntimo espalhado desde sempre sobre a minha pele.
Que fiquem os problemas, as difuldades impostas pela vida. Que fiquem os defeitos que se mostram através da inevitável e essencial convivência. Que permaneçam as perguntas e as respostas mal-criadas. Com "abuso" ou não; com paciência ou não; com carinho, com atenção; com dedicação, que permaneça o sentir materno. Para mim, em especial, que sempre fique a admiração, que é eterna e incomensurável. E que para sempre fique a amada mãe, que é, de fato, tudo o que mais permanece.

Feliz Dia das Mães

Wednesday, May 06, 2009

Memórias roubadas

A sensação da perda é terrível. Viver com a certeza de que aquilo que lhe pertencia, não mais fará parte de sua vida. É uma sensação tão ruim quanto a impotência que se sente ao acordar de manhã e ver que seus discos não estão mais ali. Alguém sem nome, sem semblante, sem importância alguma ao seu ser invadiu o seu espaço e levou seus discos. Discos quando não se gosta da palavra cds. Carro aberto ou carro fechado? Não importa se o veículo fora arrombado! Seus discos estavam lá e, cada um deles, continha pelo menos uma música que fazia parte da sua história. As memórias que aquelas músicas traziam foram roubadas. Não importa também se eram originais ou gravações feitas em casa. Eram os seus discos que se traduziam em memórias. Músicas que lembravam um beijo, melodias que lembravam um amor antigo, arranjos que faziam você feliz. O último presente dado por um amor que ficou no passado. Um presente que você se deu e que significava muito para você. Não era dinheiro, felizmente você pode comprar os mesmos discos novamente e eles serão seus. Mas não serão os seus discos. Nunca mais serão os seus discos. E assim, não serão suas memórias. Foram-se os discos, foram-se as memórias. Alguém imundo e sem destino invadiu, feriu, arrancou algumas de suas memórias. Alguém imundo e sem destino, por ter tirado de você algumas de suas memórias, estará para sempre guardado no seu álbum de memórias tristes .

Sunday, May 03, 2009

Íntima melodia cantada pelo vento

O vento frio, o barulho da chuva, o domingo que passa nublado. Queria escrever, minha personagem tinha nome. Mas me falta a inspiração. Mas não será a chuva a minha exata inspiração? Talvez. Hoje acho que não. Estou inspirado em mim mesmo. Meus próprios sentimentos não cabem nas linhas que saem da minha mente. Sou eu. Estou eu. Pelas caixas de som, saem a perfeita melodia de Mozart. Sinto o frio do dia frio. Sinto o vento do ventilador deixando o quarto ainda mais frio. Um chocolate, um filme, uma taça de vinho, coca-cola, um alguém... Combinações perfeitas para um dia frio.
E meu pensamento que voa longe? Voa como o vento frio. Que saudade! Que desejo intenso de invadir a música que invade os meus ouvidos. Tudo parece tão perfeito. Estaria tudo quase perfeito se não tivesse que fazer os planos de aula para entregar à diretora da escola. Só de pensar e imaginar as feições dela, meu corpo sente uma inquietação. Nada contra a diretora, mas neste domingo, eu não gosto dela. Assim como não gosto de nada que cobre algo de mim hoje. Hoje sou eu e quero ser eu apenas. A mais nada será dado o direito de preecher meus pensamentos. Quero meus pensamentos limpos de delicadeza, de amor, de paz. Quero enfeitar minhas idéias com as coisas insanas que passam pela minha mente. Quero brindar à sanidade e festejar a loucura mais que necessária para sobreviver. Quero lembrar de momentos e sentir saudades. Quero perguntar ao Universo: "Why is he so far from me?". Mas não importa, longe ou perto, ele está em mim.
Quero também brindar a tudo que passa pela minha mente. Lembrei-me de Cazuza agora. Não sei o porquê, mas Cazuza invadiu minhas idéias. Cazuza era fascinante. Se pudesse, queria tomar um chocolate quente com ele agora.
Também é fascinante a capacidade que Mozart tem de me levar tão longe, de me colocar tão longe, de me fazer tão longe... Penso ainda em Clarice Lispector, Virginia Woolf e Oscar Wilde. Queria-os ao meu lado agora.
Acabo de descobrir (explosão!), em ritmo de epifania: Mozart me faz querer invadir as páginas de Jane Austen. Um brinde à Genilda, que nos apresentou.
E para onde voam meus pensamentos? Para onde foram as idéias e a inspiração? Minha cama está desforrada e a chuva continua caindo. Já eu, continuo eu, entorpecido de loucura, relaxado e ainda sem gostar do que exige de mim hoje.
No presente dia, de chuva, de frio, se fosse para pedir alguma coisa, pediria um cobertor humano, made of flesh and bones. Pediria a um Cazuza que protegesse "meu nome por amor, em um codinome beija-flor".

Saturday, May 02, 2009

To whom it may concern


It makes no difference at all if it's hot outside. I still feel cold. I need your fire to warm me up. I need to feel your touch. I need to feel your arms around me. I need to see you, to touch you, to feel you... I want that kiss. I want those words, whispered by you. I want to look into your eyes and see you're with me. And when our bodies feel the flames of our passion, I want to whisper the most beautiful and the sexiest words...