Só agora estou conseguindo escrever sobre um dos momentos que sempre acreditei que seria um dos mais difíceis e que, semana passada, eu infelizmente vivi.
A dor da perda é uma dor muito intensa. Mais ainda quando se trata da perda de alguém tão querido, alguém que esteve ao seu lado em momentos tão duros e que lhe carregou no colo, lhe pôs pra dormir, assistiu a suas mais tolas brincadeiras como se fossem as maiores obras da sétima arte.
Perdi minha tão querida avó, a quem com muito amor chamava de mãe, por ter sido ela tão importante na minha criação. Já faz uma semana, mas em meu coração sinto ainda muito forte a angústia da perda. Meus olhos, ao verem tudo que me traz lembranças dela,ainda sentem o ardor das lágrimas já escorridas. É muito intenso e vazio esse sentimento. É difícil aceitar a falta de alguém que outrora acreditei ser imortal.
Por outro lado, é preciso perceber que as pessoas, por mais que as amemos, precisam ir um dia, e vão... As pessoas são como as folhas que caem das árvores em todos os outonos. Para minha tão querida avó, uma mãe incondicional, o outono teve que chegar.
Soneto de separação
(Vinicius de Moraes)
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
1 comment:
É esse um momento difícil, que ninguém deseja, e todos terão de passar, se já não passaram antes. Meus pêsames, cara! Que a vida te console.
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