Wednesday, December 31, 2008

Um brinde aos próximos 365 dias


Passados mais 366 dias, cá estamos novamente. Parece que foi ontem que este ano, com um fevereiro de 29 dias, começou. Lembro-me ainda do dia 31 de dezembro de 2007. Agora 2008 está indo. Pois que vá!
Tantas coisas aconteceram. Foram sorrisos de vontades incontroláveis de sorrir. Foram muitas lágrimas que jorraram de olhos que não sabiam como não derramar seus rios. Ganhos e perdas, como sempre. Em alguns momentos a alegria não pôde ser contida. Houve também aqueles instantes em que o chão parecia se abrir para engolir os corpos que sobre ele tentavam se movimentar.
Perdi momentos mal aproveitados, perdi dinheiro com gastos desnecessários ou imprevistos. Perdi um relacionamento que agora está no passado. Perda difícil, pois nunca é fácil enxergar o fim! E também não foi fácil enxugar as lágrimas da mais dolorosa perda que esse ano trouxe. Ainda não é fácil lembrar e não sentir o queixo tremer. Mas que ela, a querida Maria, descanse em paz!
Conheci pessoas interessantes também. A forma de pensar sobre determinados assuntos mudou. Descobri a constante mutação. Amor já não é tudo e há sentimentos que vêm e têm o direito de vir, pois são algo do próprio ser. E como é gostoso falar sobre sentimentos com Maíra, Raíra e Isabel. Falar como ontem durante o jantar na casa de Isabel. Quantas cavilações! A começar pela redescoberta deste termo tão antigo. Mas não é bom olhar as antiguidades, Áurea?
2008 viu gritos e ouviu discussões. E daí vem o entendimento de que não é simples a tarefa de conviver com outras pessoas. Ainda assim, continuo gostando de gente, principalmente pessoas estranhas no melhor estilo Closer.
"Hello stranger!" também define a entrada rápida de alguém em uma vida que precisava sentir paixão. O ano começou com amor e termina com uma paixão incerta e, como sempre, complicada.
Reuniões e trabalhos na última hora com Marianne, a orientadora que orienta depois de desorientar. Correria, muita correria. Aulas para dar e aulas para assistir. Despedida de alunos queridos e pela primeira vez na vida de um jovem professor, a sensação maravilhosa de dever cumprido.
E quanta comida, hein?! Jantares, almoços, lanches rápidos. Desde um aniversário comemorado num restaurante chinês a um desejo de comer sushi que vai ficar para 2009. Andressa pediu Mc Donalds em seu aniversário. Eu também comi batata frita no Bebe blues...
Houve também as leituras que deixaram marcas neste coração. Desde uma insustentável leveza do ser ao conhecimento da Macabéa de Clarice Lispector em A hora estrela. E também filmes. O cinema este ano foi para mim algo que poderia ter sido mais. Não que os filmes tenham sido de má qualidade, mas é que eu queria ter ido mais ao cinema.
E no mundo, muita tristeza marcou 2008. A violência e a falta de amor destruiu muitas coisas verdadeiras. Chega a ser difícil acreditar no futuro. Todos precisamos mudar. Todos precisamos ser mais honestos com nossos sentimentos, pois o tempo está passando muito rápido.
Assim, entre idas e vindas, mais um ano se vai. Que venha o próximo. Aguardo um ano no qual muita coisa importante está para acontecer. Que seja bom e feliz como o sorriso do meu afilhado Igor! Sinto-me mais leve agora, o peso de 2008 já se foi quase que por completo. Resta pouco sobre minhas costas. Feliz Ano Novo!

Sunday, December 28, 2008

Relacionamentos antigos

Estive pensando nos últimos dias sobre relacionamentos do passado. Lembranças significativas de todos eles ficaram guardadas e, às vezes, surgem do lugar mais profundo da memória. São as lembranças boas na maior parte das vezes. A forma de dar carinho de cada uma dessas pessoas que ficaram no passado. O modo como o abraço era dado. O beijo. Até o sexo, se houve, vira lembrança. Nos momentos em que as recordações vêm à tona, nos depararmos com uma espécie de seleção de imagens e sensações é inevitável. Com a seleção, percebemos que algumas pessoas significaram mais que as outras. Talvez pelo tempo que o relacionamento durou ou pela intensidade do sentimento. De umas temos mais lembranças da atração física como se o desejo ou a forma de fazer sexo fosse o grande souvenir; de outras, vem o carinho, as palavras carinhosas... Nunca esquecerei do amor que você tinha por mim e de como me sentia protegido. (Você sabe que é para você que eu falei isso, não é?).
Mas o bom mesmo é perceber que a vida passa e modifica tudo, como se fosse um tufão, a vida realmente passa. Quando um relacionamento termina, parece que o mundo está indo junto; ou não. O tempo, por sua vez, traz outro relacionamento; ou não. E tudo se transforma em um grande ciclo. Ter lembranças belas, gostosas talvez seja o fator crucial para entendermos que a vida é como um tufão e assim, nos prepararmos melhor para quando o vento estiver soprando sobre nossos ossos. Fechar o coração não adianta, pois o vento precisa entrar. E fechar o coração pode ser fechar os olhos para novos amores.
Nada é para sempre, tudo termina e, por isso, é preciso aceitar que mesmo os relacionamentos que queremos que durem para sempre um dia se transformarão em passado. E o amor também não é tudo, é preciso mais para ser feliz ao lado de alguém.
Na verdade, estar ao lado de outra pessoa é algo que exige muito. Se você reconhece as suas manias e entende seu jeito de ser, você certamente perceberá o quanto é difícil equilibrar suas manias e seu jeito de ser com as manias e o jeito de ser de outra pessoa. É difícil e isso destrói a idéia de que os opostos se atraem. Os opostos só se atraem nas ciências exatas e o amor é a ciência mais inexata de todas.
Contudo, também não dá para negar que a tentativa de equilibrar-se com outra pessoa não é algo fascinante. No primeiro mês, aquilo de não saber nada sobre o outro, uma insegurança e um infinito medo de errar. Daí os meses vão passando e se a relação vingar a idéia de completar um ano de relacionamento causa aquele suspiro de "como passou rápido". Até que o fim chega. Machuca. Causa lágrimas e às vezes rancor. Mas também os momentos marcantes viram memórias que de vez em quando nos farão lembrar de todos os relacionamentos antigos. Dessas lembranças o que devemos concluir é que os relacionamentos do passado no passado devem ficar.

Thursday, December 25, 2008

Feliz Natal

Como todo ciclo, os anos sempre chegam ao fim. Os sinos de Natal vêm como que se encerra. Os supermercados cheios de gente, muitas compras. Para o comércio esta é a melhor época do ano. Muitos empregos temporários também surgem como um suporte para o grande movimento no comércio.
Mas onde estão aqueles sentimentos puros e serenos? Onde ficou o amor? Talvez esteja escondido nos pacotes de presentes. Talvez esteja dentro de cada presente trocado.
Particularmente, não sinto mais a magia desta data que todos acreditam ser mágica. Não sinto mais aquela sensação de ter sinos, assim como os que tocam nas matrizes, dentro de mim. Bate o sino na matriz, mas em mim não bate mais. Talvez isto seja ruim. Mas eu sei que estou bem e isso realmente importante. Por maiores difíceis que sejam alguns dias, por mais duros que sejam alguns momentos, eu sei que tudo tem uma essência que é boa, que é verdadeira. Há em tudo a possibilidade de se extrair um bom sumo. Acreditemos!
Feliz Natal!

Friday, December 19, 2008

A comer com os olhos


Pessoas comendo é uma das coisas que mais gosto de observar. Mais ainda se a pessoa observada for alguém que desperte o meu interesse de algum modo; fisicamente ou somente pelo modo como come, como pega os talheres, como movimenta a boca ao mastigar. Gosto de ver pessoas que mastigam movimentando todos os músculos da face. Não de uma forma exagerada, grosseira;mas sim de um modo suave, sensual. Acho que esses movimentos da face marcam atitude e fazem as pessoas se diferenciarem. O dançar da face durante a mastigação indica, talvez, que aquela pessoa é intensa e sente as emoções de forma verdadeiramente.
Restaurantes são, portanto, um lugar muito bom para que eu possa me deliciar com a imagem de pessoas comendo. Ontem até tive o prazer de ver alguém (que chamou a minha atenção pela beleza) comer de uma forma delicada e forte, com a face dançando... Que lindo!
Pode parecer loucura isso de gostar de observar pessoas comendo. O ato de comer envolve a boca, e, das partes que compõem a face, depois dos olhos, a boca é a mais atraente para mim. O modo como a boca se mexe desperta a minha atenção. Gosto de ver pessoas com boa dicção falarem e tenho prazer ao ver pessoas comendo como descrevi há pouco. É esse prazer que me deixa interessado e pode ser um dos motivos que fazem surgir em mim a vontade de experimentar a sobremesa com quem comeu e fisgou o meu olhar.
Ah, sobre os morangos... Morango é uma fruta muito erótica. Comer morangos é sensual; e se tiver chocolate, melhor ainda.

Thursday, December 18, 2008

Por estar perto demais

Há momentos na vida nos quais sentimos a real sensação de estar perto demais. Perto de qualquer coisa. Perto de tudo ou de nada. Perto demais dos sentimentos próprios que se colidem com os sentimentos dos outros. Que difícil este encontro!
Estar perto demais pode significar ver as coisas de uma maneira sóbria, com os olhos de alguém que viveu, que amou, que sentiu até onde não se pode mais sentir. Estar perto demais é intenso e mexe com as idéias... Seria, então, estar perto demais a mesma coisa que estar no limite da loucura? Talvez não, pois estar perto demais tem a ver com sanidade.
E, de fato, é maravilhoso estar perto demais. Poder sentir o coração do outro quando se está perto demais no sentido físico. Sentir o pensamento e compreender o que o outro sente quando se está perto demais no sentido emocional. E para os mais variados sentidos estar perto demais vem de um momento que passa a significar muito. Vem de um abraço de ano novo ou de um voto de feliz Natal.
Estar perto demais vem de uma conversa, que vem de um filme, que vem de um plano...
O que na tela era Closer me pôs perto demais, mesmo que por pequenos minutos, de quem eu mais queria estar perto.

Wednesday, December 17, 2008

Para não ficar sem palavras...

Especialmente a Andressa

Para que não faltem palavras a uma amiga muito doce, meiga, bondosa e querida, escrevo com todo o meu coração votos de felicidade, saúde e sucesso. Escrevo rápido e sem pensar muito, pois a pressa impede que palavras elaboradas surjam de minha mente. Mas escrevo com carinho e, pensando bem, melhores são as palavras vindas do acaso e do improviso.
Feliz 21, Dessa! O tempo está passando... Que bom! Melhor ainda (re)descobrir a todas as manhãs a beleza que tem o nascer do sol e enxergar a vida sempre com os olhos de uma pessoa que viveu, vive e deseja viver (sempre intensamente, não se esqueça!).
O mais carinhoso dos abraços...

Wednesday, December 10, 2008

Dia melódico

Dedicado a Áurea (pelo bilhete)


Hoje vivi um dia muito agradável. A chuva parece ter contido o calor que vinha maltratando os dias de todos. Sinto-me repleto de um sentimento que não sei descrever, mas que me inunda como há tempos não inundava. Apesar de terem batido no meu carro, me sinto bem. Apenas a placa foi amassada, sem maiores problemas, graças aos poderes superiores.

Descobri esses dias a banda Beirut. Gostei muito da mistura que eles fazem entre o folk e ritmos característicos da música do leste Europeu. As músicas são suaves, doces... A melodia faz o corpo ir, caminhar mansamente, e dá vontade de dançar. Para ser sincero, ainda não reparei nas letras, até agora estou preso na melodia.

Foi com a melodia na mente e com o barulho da chuva que eu acordei hoje de manhã. Tinha algo suave no ar, “verdadeiro e sumarento”, utilizando palavras de Clarice Lispector em Amor. Senti como se a vida fosse algo pleno e com muito a oferecer. Que bom acreditar!

Acreditei muito também no trabalho, dei aula pela manhã e à tarde. Não almocei em casa, passei o dia ocupado, mas com um sentimento de satisfação. Talvez seja o fato de que o ano está acabando. Essa coisa de fim de ano mexe muito comigo. Tem para mim um significado muito forte. É um ciclo que termina e anuncia um outro. É a dúvida e a possibilidade de sucesso, surpresa, amor... Que não venham lágrimas, pois no ano que termina eu perdi muito, e perdi algo que nenhum ganho pode cobrir.

Mas o que interessa é o dia de hoje. São algumas opiniões em constante mutação que dão sentido as linhas que escrevo. Ontem só pensava em instinto, e hoje eu queria um abraço. Abraço não é instinto, é o primeiro encontro íntimo de dois corpos, pois põe os corações em contato, ainda que por debaixo da pele. Abraço é pele, mas não é instinto.

O que também mudou foi a sensação térmica. Num relance, o frio passou e o corpo esquentou de novo. Isso é reação química. É paixão. Há pessoas que fazem seu corpo esquentar, enquanto suas mãos esfriam feito gelo. Se fosse para as mãos frias, a desculpa seria o “coitado” do vento, mas e para o calor?...

Está bem! Tudo está bem e espero que continue bem. Quero mais dias como esse (mas sem placa amassada). Quero digressões como as de hoje. Quero abraços... Quero um abraço em especial. E quero abraçar meus dias e fazê-los verdadeiramente meus, como que a dar algo de legítimo a eles. Quero, por fim, aquele sorriso que não sei o que significa, mas que desejo que seja meu.

Monday, December 08, 2008

Despidos


De repente eles se olham. Os corpos já denunciam o que querem. Então, sem nenhum pudor, os corpos se unem de modo feroz. Eles se beijam e fazem sexo. Um sexo que é apenas instinto, vontade. Não há sentimentos, não há nada retirado de romances românticos. Não há história de amor. Há dois corpos em brasa que buscam compensação para alguma coisa. Nem cortesia há.
Se houve prazer, a pele agradece e os dias tendem a ficar mais tranqüilos.

Wednesday, December 03, 2008

Tá quente ou tá frio?

Dedicado a Andressa (pelos elogios e pelo carinho)

Esses dias minha prima adolescente baixou no meu computador a música
Hot and Cold de Katty Perry. A música me parece apenas mais um desabafo adolescente de um garota deixada por seu namorado, mas o título...
Hoje eu estava voltando para casa às dez e meia da noite, pouquíssimos carros na rua, e de repente me lembrei do título dessa música. Percebi que ele muito tem a dizer (assim como todas as antíteses) sobre como a vida é construída. Tudo em uma balança que, às vezes pesa mais para um lado; às vezes, mais para o outro.
Pode ser, no que diz respeito ao sentir físico, o calor insuportável de uma tarde quente (tal qual a de hoje aqui na cidade) como o hot em questão, e, como o cold, a friozinho agradável da sala de aula (na qual o ar-condicionado é muito mais interessante que a aula propriamente dita). De repente a transição: calor - frio. Fácil, simples assim! Rápido!
Se é para falar de sentir psicológico... Nossa! Parece-me, em certas ocasiões, que o fogo que existe dentro de mim vai me levar à loucura! É o calor da vontade. Em outros momentos, quando algo não vai bem, bate um frio que atinge o âmago e congela a alma. É, talvez, a falta de vontade.
Pode ser também o calor com que certas palavras saem da boca de alguém e levam uma sensação hot para o corpo do outro. E, de outro lado, pode ser o frio das palavras não pronunciadas que faz com que a boca de alguém pareça uma pedra de gelo, enquanto um corpo se petrifica à espera de estímulos de um outro que, ironicamente, está cold.
Então já chega, prefiro o hot do café de minha mãe e o cold de uma coca-cola bem gelada.