Thursday, June 18, 2009

Conversinha besta

Sabe aqueles dias em que você se sente como se tivesse ido ao céu e ao inferno num curto espaço de tempo? Em casa, um clima chato, muitas coisas acontecendo, muito barulho. Pessoas demais falando demais. No quarto, o suposto refúgio, as coisas fora de ordem, tudo em uma grande bagunça. Livros, papéis, chaves, lápis... A roupa do dia anterior pendurada na cadeira. As paredes e a ausência de uma grande janela de vidro. O caos! E lá dentro de você, uma vontade quase incontrolável de gritar.
Mais tarde, ver alguns amigos queridos deixa tudo melhor. Sorrir um pouco, fofocar um pouquinho também é bom. E no meio de tudo, entre o céu e o inferno, da forma mais neutralizante possível, ver um sorriso especial de uma criança querida para sempre. Sentir o abraço daqueles pequenos bracinhos e saber que há no mundo alguém que ainda nem produz enunciados do tipo SVO (sujeito-verbo-objeto), mas que tem nas mãos o seu sorriso e a sua alegria.
Na mente, agora, milhões de coisas... Até este texto sem sentido, que flui dominado pela voz de Renato Russo. Na mente, cenas de um filme, a melodia de uma canção, a vontade de dançar e a vontade de se entregar aos braços de alguém que se ama. Desejo de suspiros, desejo de paixão, desejo de desligar o piloto automático e viver de verdade.

Saturday, June 06, 2009

Nada mais que um beijo


Porque aquele beijo representou muito. Desejos e sentimentos guardados a sete chaves se fizeram vivos por causa de um simples beijo.
Você me tomou em seus braços, me beijou. Meu braço sente vivo o toque de sua mão puxando meu corpo de encontro ao seu. Tremi naquele instante um tremor que há muito tempo quisera ser tremido. Senti como verdadeira a falsa sensação de ser seu e de ter você só para mim. Foi um instante de nada para simbolizar um tudo. Todas as noites nas quais tinha pensado em você, todos os suspiros que eu tinha suspirado foram, por aquele beijo, simbolizados. A alma banhada pela meia-realização da antiga fantasia. Um pouco de orgulho devolvido.
Mas depois do beijo você se afastou. Deixou o orgulho despedaçado mais uma vez. Você não deixou a fantasia ser realização inteira. Você afastou seu corpo do meu, num momento em que ainda sentíamos excitação. Senti seu corpo pulsante de desejo pelo meu que, trêmulo, também desejava. Senti seu corpo se afastando do meu. Você se pôs longe. Aquele beijo talvez não mais seja sentido. Ficaram a marcae o gosto do seu beijo. Ficou o seu corpo, por alguns instantes, junto ao meu. Fiquei eu, sozinho, ainda desejando você. Ficou você, londe de mim, tentando se convencer de que nada sentiu.