Saturday, June 06, 2009

Nada mais que um beijo


Porque aquele beijo representou muito. Desejos e sentimentos guardados a sete chaves se fizeram vivos por causa de um simples beijo.
Você me tomou em seus braços, me beijou. Meu braço sente vivo o toque de sua mão puxando meu corpo de encontro ao seu. Tremi naquele instante um tremor que há muito tempo quisera ser tremido. Senti como verdadeira a falsa sensação de ser seu e de ter você só para mim. Foi um instante de nada para simbolizar um tudo. Todas as noites nas quais tinha pensado em você, todos os suspiros que eu tinha suspirado foram, por aquele beijo, simbolizados. A alma banhada pela meia-realização da antiga fantasia. Um pouco de orgulho devolvido.
Mas depois do beijo você se afastou. Deixou o orgulho despedaçado mais uma vez. Você não deixou a fantasia ser realização inteira. Você afastou seu corpo do meu, num momento em que ainda sentíamos excitação. Senti seu corpo pulsante de desejo pelo meu que, trêmulo, também desejava. Senti seu corpo se afastando do meu. Você se pôs longe. Aquele beijo talvez não mais seja sentido. Ficaram a marcae o gosto do seu beijo. Ficou o seu corpo, por alguns instantes, junto ao meu. Fiquei eu, sozinho, ainda desejando você. Ficou você, londe de mim, tentando se convencer de que nada sentiu.

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