"I am only resolved to act in that manner, which will,
in my opinion, constitute my happiness"
(Jane Austen)
in my opinion, constitute my happiness"
(Jane Austen)
Não tenho usado muito este espaço para desabafos (pelo menos não de forma direta), mas vou usá-lo hoje. Por muitas razões que nem vêm ao caso. E vou dedicar o post a minha amiga Andressa, mais uma vez pela cumplicidade e por saber que ela compartilha de alguns dos meus sentimentos (e ocupações).
"Você tem até o dia 18 para enviar o artigo!", "Não esqueça o prazo das inscrições!", "Prepare o projeto!", "Faça!"... Frases como essas têm posto em desespero os meus dias meio angustiantes. Há muito desejo de fazer tudo isso e produzir. Produzir materiais relevantes para a minha carreira. Investir no que não vai embora.
Mas o acúmulo das atividades, dos compromissos e os miseráveis imprevistos parecem tomar uma proporção incapaz de caber em meus minutos. Sinto o cruel desespero e a dúvida de estar ou não seguindo os caminhos certos. Estar ou não agindo da maneira que, em minha opinião, constituirá minha felicidade. Minha mente e meu corpo sentem o peso do amontoado de coisas... E ainda aqueles alunos problemáticos! Talvez eu devesse me dedicar mais à pesquisa...
O corpo é o que mais sente, pois já em desespero, ele pede e pede muito. Clama até! Mais que nunca tenho dúvidas. Dúvidas das quais nada em mim é capaz de fugir. Tenho dúvidas e afirmo isso no melhor estilo Meryl Streep no filme Dúvida (Doubt, 2008).
Queria tomar um sorvete na praia e observar, pelo menos por alguns instantes os dias passarem, os carros passarem, as ondas fazerem seu balé... Queria sentir o vento do fim da tarde batendo no meu rosto como quando, há anos, eu pegava o ônibus de número 510 e ia tomar sorvete na Friberg. Meu sorvete de menta com chocolate favorito e que era sempre seguido por uma longa e agradável caminhada. Sim! Nunca pensei que pudesse dizer isso um dia, mas eu, às vezes, sinto falta de pegar um ônibus e sentir o vento no rosto sem me preocupar com o trânsito.
E como se não bastasse o tempo que insiste em não abrigar tudo o que eu tenho para fazer, ainda me aparece aquela fase da insegurança e das dúvidas. A fase mais cruel do tempo da saudosa espera.
Saudosa espera... Isso me faz pensar em uma coisa que talvez até der certo: esperar! É só o que homens como eu podem fazer. No meu caso, porém, esperar com os braços bem descruzados e com uma montanha de livros como companhia.