Wednesday, December 09, 2009

Por entre a concretude dos sonhos

Sonhar não era para ele apenas a diversão favorita, era também sua profissão. Sonhador de carteira assinada, ele gastava seus dias a imaginar como seriam as horas seguintes e se nos minutos que estavam a esperar por ele estava guardada a felicidade. E também pensava sobre o amor, sobre as realizações que o futuro poderia lhe trazer. Seria ele bem sucedido profissionalmente? Mas em quantos anos tudo aconteceria? Quanto tempo seria necessário para que sua conta bancária mudasse do extrato quase negativo para o tranquilo extrato de vários dígitos?
Certamente, quando pensava no futuro profissional ele pensava com mais esperanças... O amor, entretanto, era um "sei lá o quê" que o assustava muito. Seus sentimentos no presente pareciam estar firmemente freados na frieza firmada sobre seus dias quase infinitos. Seus sentimentos, portanto, não lhe davam muito motivo para sonhar com um futuro com altas doses de amor. Ele até queria acreditar, mas era difícil crer que poderia se deparar com alguém que faria seu coração desparar.
Sem amor e com expectativas de um futuro profissional, ele sonhava com o passar dos dias, como a chegada dos meses e com o balé das estações. Sonhava com o verão e, quando lá, também queria o inverno. Gastava algumas horas sonhando, pois queria se permitir sonhar mais. De concreto ele só queria o chão sobre o qual precisava manter-se erguido.

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