Relacionamentos constituem desde sempre uma importante marca, não apenas da humanidade, mas de tudo o que nos cerca. Nós nos relacionamos amorosamente com alguém que escolhemos, nos relacionamos com amigos, nos relacionamos com o balconista da padaria... Enfim, nós nos relacionamos e isso talvez seja uma das maiores verdades.
A grande verdade por dentro dos relacionamentos, porém, está na peculiaridade de cada um. Os limites da relação, o jeito de lidar com o outro, e até mesmo a necessidade que se tem de manter um determinado relacionamento são fatores que definem as redes de relacionamento das quais fazemos parte.
Se beijamos na boca, é uma relação física, que mais tem a ver com a intimidade entre dois que com a busca por serviços, como quando pedimos, por telefone, um botijão de gás e interagimos com a pessoa que está do outro lado da linha. Um aperto de mão (pelo menos no mundo ocidental) está muito ligado ao respeito. Quando entre dois homens e, principalmente se vier acompanhado de um abraço com tapinhas nas costas, pode indicar uma relação de amizade. E em meio a gestos e palavras características os relacionamentos constituem-se em qualquer lugar e a todo momento. Interação pura, atemporal e intencional!
Alguns relacionamentos são mais frequentes que outros. Quando moramos com outra(s) pessoa(s) a interação com essa(s) pessoa(s) é algo inevitável. Seja simples ou não, o relacionamento entre pessoas que vivem em um mesma casa é um dos relacionamentos mais frequentes de todos. (Dou um exemplo próprio: parei de escrever por alguns minutos porque minha adorável mãe bateu à porta para fazer mais uma de suas perguntas).
Voltando à frequência dos relacionamentos, também há alguns que não são tão frequentes e que se estabelecem, por exemplo, quando duas ou mais pessoas se encontram, mas que nem por isso deixam de ter seus gestos, olhares e frases típicas. Dois beijinhos para indicar uma maior intimidade: típico entre mulheres, entre um homem e uma mulher, e, nos últimos tempos, típico também entre homens. Um aperto de mão: típico de quando duas pessoas são apresentadas, ou quando há maior cordialidade. E no curioso campo dos relacionamentos até a buzina vira meio de cumprimentar o outro, mostrando as infinitas possibilidades de se relacionar e interagir com os outros. Torçamos para que as redes tecnológicas de relacionamentos não destruam a capacidade nossa de interagir.
Torçamos também para que um relacionamento não interfira no outro e que para tudo haja seu lugar. Torçamos para que além da capacidade de se relacionar, haja em nós também a capacidade de pôr limites àqueles com quem mantemos relacionamentos. Torçamos para que os amigos não briguem entre si por atenção, para que parentes não se confrontem pelo primeiro pedaço do bolo nos nossos aniversários e para que os namorados (as) de nossos(as) amigos(as) não interfiram no relacionamento com nossos amigos.