Saturday, January 20, 2007

Um buraco comum

Acredito que o sentido da palavra decepção seja comum em todas as línguas, afinal, não importa se você é brasileiro, irlandês, russo ou japonês; certamente você já sofreu várias delas e está ciente de que muitas ainda virão, infelizmente.
Pois é. Acreditar em alguém é um ato muito perigoso que pode te levar à felicidade (quando esse alguém se comporta da maneira ideal para sua confiança), ou à pior das dores, das angústias (quando esse alguém põe no chão toda confiança por você depositada). E, independente do tipo de relação que você tem com alguém, a decepção vai ser sempre a decepção, vai sempre lhe fazer mal e lhe machucar profundamente. Amigos, amantes, namorado (a), marido/mulher, familiares... A decepção é a mesma. Pode até ser que doa de formas diferentes, uma vez que nenhuma dor é igual a outra e também individual, ou seja, só conhece sua dor quem de fato a sente.
Já vivi decepções de todos os tipos. Mentiras, traições, omissões. Já chorei muitas lágrimas por todas elas. Muitas mesmo. Tanto que não há mais água na fonte geradora da lágrima. Está tudo seco. E acho difícil que as flores continuem a brotar nesse solo seco no qual meu coração vem se transformando.
Nem queria puxar o assunto para a primeira pessoa, mas foi inevitável. Minha real intenção era expressar minha visão sobre decepção.

De Mais Ninguém
Composição: Marisa Monte/ Arnaldo Antunes
Se ela me deixou, a dor,

É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

É meu troféu, é o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

É o meu lençol, é o cobertor
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

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