Sunday, March 18, 2007

Sou um verdadeiro amante da poesia. Não sei explicar muito bem, mas para mim, a poesia é a forma mais bela e, utilizando um pleonasmo, a forma mais poética de traduzir um sentimento. E só para explicar o uso do pleonasmo, entendo por forma poética, a forma que é doce, suave e capaz de guardar a subjetividade das coisas vindas do coração.
Dentro da poesia, tenho uma atração maior pelos sonetos, ou seja, pequenos poemas compostos por catorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. E é justamente essa forma um tanto quanto compacta e breve de se fazer poesia que me atrai nos sonetos. De Camões a Vinícius de Moraes: Sonetos!

Soneto de Fidelidade
(Vinícius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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