Quando era bem pequeno, eu tinha mania de pegar livros emprestados na pequena biblioteca itinerante que parava vez por outra na minha cidade. Para mim, toda vez que a biblioteca chegava era como se toda a felicidade do mundo fosse se realizar naquela estrutura móvel instalada na pracinha da cidade.
Minha cidade era uma cidade calma e pequena. Tão pequena que a pracinha principal ficava quase de frente para o mar. E era lá, quase de frente para o mar, que a biblioteca, como uma esperança para os meus pacatos dias, se instalava. Que festa! Acordava cheio de esperança depois de uma noite de ansiedade. Quais livros encontraria? Será que os últimos lançamentos das minhas coleções favoritas estariam disponíveis?
Eu corria para aquele pequeno espaço montado no meio da praça e lá passava o dia inteiro. Não lia, devorava com meu olhar faminto todas aquelas palavrinhas deitadas nas mais perfeitas páginas. Transitava entre os livros na esperança de que a companhia deles preenchesse meus dias vazios e pouco coloridos. Talvez por isso, eu buscasse sempre os livros mais coloridos. Ora livros amarelos feito o sol; ora, livros azuis como o infinito.
Lembro de uma vez em que encontrei um livro especial. Que obra! Quantas palavras perfeitas! Levei o livro comigo apertando-o contra o peito, como se quisesse colocá-lo dentro do meu coração. Cada linha lida me proporcionava mais felicidade. Cada minuto de leitura me fazia sentir o prazer jamais sentido. Eu estava fascinado!
Mas o livro era muito grande. Tinha muitas páginas e eu, leitor imaturo, era lento e acabei não conseguindo lê-lo de uma vez só. Tive que devolver o livro, pois a biblioteca viajaria para outra cidade. Chorei quase todas as minhas lágrimas de criança quando entreguei o livro nas mãos da senhora que tomava conta da biblioteca. A partida daquele livro causava um imenso vazio.
Meses depois, a biblioteca voltou. Corri para a pracinha, quase de frente para o mar, e encontrei aquele livro responsável por alguns dos meus melhores dias. Peguei-o novamente. Consegui avançar na leitura, li por vários dias sem parar. Estava mais uma vez preenchido de esperança e daquele prazer que até hoje não consigo definir.
Avancei na leitura, mas não consegui acabar de ler o livro. Era de fato muito grande. A biblioteca itinerante mais uma vez precisou partir. Foi para outra cidade. Longe... Para bem longe foi o meu livro querido. Outras tantas lágrimas de criança sozinha jorraram dos meus olhos. Um vazio tomava conta do espaço que só aquele livro conseguia ocupar. Um vazio no coração. Já eu, era de novo a criança carente à espera incerta de quando o livro de páginas coloridas voltaria aos meus braços.
Minha cidade era uma cidade calma e pequena. Tão pequena que a pracinha principal ficava quase de frente para o mar. E era lá, quase de frente para o mar, que a biblioteca, como uma esperança para os meus pacatos dias, se instalava. Que festa! Acordava cheio de esperança depois de uma noite de ansiedade. Quais livros encontraria? Será que os últimos lançamentos das minhas coleções favoritas estariam disponíveis?
Eu corria para aquele pequeno espaço montado no meio da praça e lá passava o dia inteiro. Não lia, devorava com meu olhar faminto todas aquelas palavrinhas deitadas nas mais perfeitas páginas. Transitava entre os livros na esperança de que a companhia deles preenchesse meus dias vazios e pouco coloridos. Talvez por isso, eu buscasse sempre os livros mais coloridos. Ora livros amarelos feito o sol; ora, livros azuis como o infinito.
Lembro de uma vez em que encontrei um livro especial. Que obra! Quantas palavras perfeitas! Levei o livro comigo apertando-o contra o peito, como se quisesse colocá-lo dentro do meu coração. Cada linha lida me proporcionava mais felicidade. Cada minuto de leitura me fazia sentir o prazer jamais sentido. Eu estava fascinado!
Mas o livro era muito grande. Tinha muitas páginas e eu, leitor imaturo, era lento e acabei não conseguindo lê-lo de uma vez só. Tive que devolver o livro, pois a biblioteca viajaria para outra cidade. Chorei quase todas as minhas lágrimas de criança quando entreguei o livro nas mãos da senhora que tomava conta da biblioteca. A partida daquele livro causava um imenso vazio.
Meses depois, a biblioteca voltou. Corri para a pracinha, quase de frente para o mar, e encontrei aquele livro responsável por alguns dos meus melhores dias. Peguei-o novamente. Consegui avançar na leitura, li por vários dias sem parar. Estava mais uma vez preenchido de esperança e daquele prazer que até hoje não consigo definir.
Avancei na leitura, mas não consegui acabar de ler o livro. Era de fato muito grande. A biblioteca itinerante mais uma vez precisou partir. Foi para outra cidade. Longe... Para bem longe foi o meu livro querido. Outras tantas lágrimas de criança sozinha jorraram dos meus olhos. Um vazio tomava conta do espaço que só aquele livro conseguia ocupar. Um vazio no coração. Já eu, era de novo a criança carente à espera incerta de quando o livro de páginas coloridas voltaria aos meus braços.
2 comments:
Voce tem razão: tem leituras que só fazemos bem com os braços, apertando o texto infinito contra o coração. A saudade é tão grande, infinita como o livro. Eu já senti isso. Tem gente que escreve como quem chora, por isso os seus textos são assim cheios de vida.
Felicidade clandestina. :)
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