Em qualquer canto da cidade, despertando sempre uma grande movimentação, acontece diariamente, sete dias por semana, sem fechar durante os feriados (nem mesmo em dias santos), um grande feirão de homens das mais variadas espécies. Os preços variam de zero a um milhão de reais. Alguns não custam nada e os fabricantes ainda pagam para que os clientes os comprem. Outros homens, expostos nas prateleiras de mais difícil acesso nem sequer têm a etiqueta indicando seu preço, pois o valor não pode ser calculado. Nas festas e nos feriados, os preços sofrem alterações, pois grande parte do estoque entra em liquidação.
No feirão, vende-se à vista ou a prazo, e respeita-se sempre a situação financeira dos compradores. Sem consulta a SPC ou SERASA, os clientes podem transitar pelos corredores nos quais estão distribuídas as inúmeras prateleiras. Pode-se comprar em real, em dólar, em euro, em libra. Se você, cliente, for da Malásia, também será aceito o seu dinheiro, seja lá qual for a moeda de seu país.
Outro diferencial do feirão de homens é que você pode experimentar a maioria deles nas cabines espalhadas pelo grande centro comercial. E, ao contrário de certas lojas convencionais, você pode experimentar o produto mesmo se não estiver utilizando roupa íntima, pois no feirão de homens isso é até incentivado. Além disso, é possível comprar por unidade ou em quantidade, caso você queria revender ou manter um estoque.
Passear pelos corredores do feirão também pode causar dúvida, afinal, são muitos os tipos e tamanhos. Tem loiros, morenos e ruivos. Homens baixos e magros ou homens altos e fortes (e no feirão, o vice-versa sempre existe). Há os homens cheirando a perfume francês e também os homens que usam do cheiro natural. Há os cabeludos e os carecas, os sarados e os mais gordinhos. Há desde os homens que vestem terno àqueles que preferem camiseta regata e bermuda surfista. Há homens para todos os gostos. Nas prateleiras da frente, estão os narcisistas. Ao segundo corredor, vá se você quiser encontrar os mais tímidos. Já a zona periférica da loja exibe o modelo cafajeste. E no feirão é sempre indicado (e muito excitante!) começar da periferia para o centro, onde estão aqueles que são mais calminhos, mas que também são ótimos puladores. Há ainda, lá no fundo da loja, vários modelos de homens tradicionais, tantos que mal se equilibram na prateleira, como peças amontoadas forçando a porta de um pequeno armário. Esses tradicionais são mais indicados aos clientes com versatilidade.
O único problema encontrado no feirão acontece se você for procurar pelo modelo "homem dos seus sonhos", pois este modelo está, desde sempre, esgotado.
2 comments:
Isso que são palavras, meu amigo, que surpreendente..isso merece publicação em algum jornal, livro, algo assim..para as pessoas verem que tudo hoje se torna tão material, que escolher alguém não é assim como um produto e sim algo regado a sentimento, ao imaterial e cheio de valor humano!
Um abraço
Juliana
Realmente, surpreendente. Faço minhas as palavras do comentário a cima. parabens meu amigo.
Abraço.
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