Thursday, July 08, 2010

Um sopro de esperança


Aquela pobre mulher estava quase que por completo desiludida. Não acreditava mais em se vigor nem imaginava que um homem pudesse olhá-la com desejo novamente. Sozinha há muito tempo, ela tinha certeza de que seu destino estava traçado: solidão eterna e (muito) trabalho para acompanhar as noites frias de cama e coração vazios.
Enquanto se vestia, se perfumava e tentava achar o melhor penteado para uma tarde (pseudo)fria, não sabia que naquela tarde seria olhada novamente. Saiu para encontrar amigas e no passeio foi surpreendida pelo olhar de um homem simples e comum. Mas era um homem que a olhava e queria vê-la de verdade. Olhava para ela com um olhar de sede. Tinha vontade nos olhos. O coração da pobre mulher disparou. Não podia acreditar que estava sendo olhada com desejo novamente.
O homem, quase que abruptamente, tomou a iniciativa e pediu-lhe o número do telefone. O silêncio pairou enquanto ele roubava-lhe um beijo. Beijo até esquisito para quem jamais imaginou que voltaria a encostar os lábios nos lábios de um homem outra vez, muito menos naquela tarde.
Após o silêncio, eles tomaram seus caminhos. Pouco depois se falaram ao telefone e marcaram um encontro. Aquela mulher tomada de angústia e solidão foi tomada por ansiedade. Teria um encontro no dia seguinte, bastava que ele ligasse e teria um encontro no dia seguinte. Estava ansiosa e sentia em si um sopro de esperança.

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