É como se lá no fundo eu buscasse encontrar você em um dos corpos aos quais me dou. Você, que nem ao menos usou palavras bonitas nem usou de gestos românticos. Você que surgiu do improvável e me conquistou com sorrisos, abraços, beijos e o seu sotaque ao dizer a palavra beijo. Você que vem e vai de uma forma fria, imprevisível e distante. Você que abraça apertado na chegada, mas não é capaz de me olhar nos olhos no momento de ir embora. Você que passa muito tempo dos meus dias longe das minhas horas, confusas sempre que penso em você. Você que quando me olha, me faz sentir aquela sensação de que "parece que foi ontem". Você que nem ao menos chegou, mas já é para mim um déjà vu. Você, você, você... Quem é você afinal? O que você sente? Por que você me toma como seu? Ou será que sou eu que me dou a você? E se não for eu o seu você, haverá outro você como eu?
E de mim eu já não posso falar tanto. Você me cala a voz em uma busca por um outro você que preencha a lacuna que você abre e deixa escancarada quando vai embora. Eu não tenho mais voz porque já estou cansado de tantos tus encontrados na minha busca por você. Hoje, porém, tenho a chance de voltar a falar... Mas será mesmo que de hoje eu terei um novo você?